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          O tempo atual é marcado por avanços que fazem do homem participante e testemunha de uma extensão da internacionalização política, econômica e cultural, bem como de um processo global de desenvolvimento tecnológico e científico que atingem todas as áreas que movimentam a humanidade.

          A competitividade é o alvo mais cobiçado dessa transformação. Nesse cenário questiona-se: Qual o papel da educação? Socializar o conhecimento historicamente produzido e preparar as atuais e futuras gerações para a construção de novos conhecimentos cumpre o papel social da escola.

          Assim, a educação, consciente desta sua posição universal, necessita que a escola ofereça condições básicas que ultrapasse os muros da transmissão de conceitos e conteúdos reprodutores de informações.

         Os alunos precisam saber matemática, ciências, português, mas ainda mais importante é saber o que fazer com isso na vida. Hoje, o estudante precisa compreender a gênese do conhecimento para trabalhar suas ideias e, construindo-as, contribuir para a formação da nova visão de mundo.

         O século XXI está trazendo à tona uma nova reorganização dos modos de produção e negócios e, consequentemente, da economia, da sociedade e da política. As preocupações com a direção que vem tomando o novo paradigma tecnológico da informação apontam os inúmeros desafios a enfrentar para que a nova sociedade supere velhas e novas desigualdades.

         Esta nova sociedade que se transformou possui uma total ligação com o desenvolvimento das novas tecnologias que influenciam decisivamente na vida de cada indivíduo neste mundo globalizado.

         Então, do ponto de vista social, cultural, e tecnológico, a convergência das tecnologias da informação e os meios de comunicação consiste em um desenvolvimento de grandes implicações, algumas boas, outras problemáticas, mas todas solucionáveis.

        

         A evolução tecnológica não se restringe aos novos usos de equipamentos, mas aos comportamentos dos indivíduos que repercutem na sociedade, já que as tecnologias foram introduzidas na vida de todos a ponto de influenciar o cotidiano, evidenciando novas formas de agir e de comunicar.

        O uso crescente das tecnologias digitais e das redes de comunicação interativa, por exemplo, acompanha e amplifica uma profunda mutação na relação com o saber. Ao prolongar determinadas capacidades cognitivas humanas (memória e percepção), as tecnologias redefinem seu alcance e seu significado, a ponto de colocar em questão o funcionamento das instituições e dos modos habituais de trabalho de empresas e escolas.

        Assim, a educação não pode mais ficar distanciada dos meios de comunicação, que, exercendo hoje uma influência decisiva, educam mais que a própria escola. Então, é necessário defrontar-se com o desafio de trazer para o contexto da escola, as informações presentes nas tecnologias e as próprias ferramentas tecnológicas, articulando-as com os conhecimentos escolares para o desenvolvimento dos potenciais individuais dos jovens atendidos.

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          A região do Sul de Minas é berço de grandes agentes culturais nas áreas de teatro, literatura, artes plásticas e cinema, além de outras, que tiveram que continuar seu desenvolvimento na indústria da economia criativa em outras regiões do país, principalmente no eixo Rio-São Paulo, por não encontrarem formação e muito menos mercado para trabalharem e na sua grande maioria acabaram esvaindo-se pelo mesmo motivo.

          A quantidade de potenciais criativos que se depara diariamente na escola, apesar de toda vulnerabilidade social que estes jovens vivem, faz vislumbrar a possibilidade de se desenvolver um núcleo criativo permanente, explorando as capacidades e talentos naturais de nossos pequenos artistas, à formação de futuros profissionais do audiovisual, técnicos em ferramentas digitais desenvolvidas para este mercado, dominando softwares voltados a criação de roteiros, editoração de imagens, modelagens de áudio, edição de vídeos, animação digital e uma infinidade de periféricos necessários para o desenvolvimento do audiovisual, abrindo assim uma gama de possibilidades para que jovens vislumbrem uma possibilidade de profissionalização tecnológica num mercado em plena ascensão.

          Hoje, o Brasil é reconhecido internacionalmente, com premiações consecutivas na produção audiovisual, com reality shows, novelas, documentários, cinema, desenhos animados e outros. Apesar de as produções terem um potencial de exportação e retorno financeiro, a demanda de tempo e recursos para a produção também é grande. Uma das principais demandas do setor é capacitação.

          Segundo a ABCA (Associação Brasileira de Cinema de Animação) poucos profissionais são capacitados para fazerem roteiros e produção de animação com qualidade técnica. "Atualmente, temos poucos cursos de capacitação na técnica de animação”.

          Fora do âmbito publicitário, uma das maiores conquistas do setor audiovisual foi a Lei da TV Paga, que aumentou a demanda por conteúdo nacional para ser veiculado nos canais de TV por assinatura, com uma cota de três horas e meia da sua grade de programação semanal, em horário nobre, das 18h às 24h, para os trabalhos das produtoras brasileiras independentes, aumentando assim a demanda por profissionais capacitados para o trabalho, principalmente no interior de Minas onde o acesso a essa formação é muito restrita. Outro fator é a crescente demanda por audiovisual nas redes sociais e na internet como um todo.

          Alinhando-se a demanda de um mercado em pleno desenvolvimento, necessitando de profissionais criativos e capacitados nas tecnologias digitais para o audiovisual, a um grupo potencialmente qualificável, ansiando por oportunidades para o seu futuro desenvolvimento profissional, o projeto “Formação em Tecnologia Audiovisual” justifica-se por entender que a escola é o principal termômetro seletivo e formativo dos futuros agentes criativos do nosso audiovisual, numa região da cidade de Poços de Caldas/MG que abriga mais de 60.000 habitantes, dentre eles um contingente de aproximadamente 25.000 jovens, em sua maioria em condição de vulnerabilidade social.